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Impactos da catástrofe climática na indústria e no futuro da economia do Rio Grande do Sul

17/12/2024

Impactos da catástrofe climática na indústria e no futuro da economia do Rio Grande do Sul

As enchentes de 2024 impactaram profundamente a indústria e a economia do Rio Grande do Sul.

De acordo com a Defesa Civil gaúcha, 478 municípios foram afetados pelo alto volume de chuvas que atingiram o estado. Mais de 442 mil pessoas precisaram deixar suas residências, e os prejuízos foram estimados em R$ 4,6 bilhões.

Não é difícil mensurar os problemas gerados por essa verdadeira catástrofe, que também afetaram gravemente a economia do estado. Empresas foram invadidas pelas águas, impossibilitando suas operações e gerando enormes prejuízos.

Lamentavelmente, foram confirmados 183 óbitos, além de 27 pessoas ainda desaparecidas.

Ao todo, 2.398.255 pessoas foram afetadas pelas cheias, e essa tragédia foi considerada a maior já vivida pelo povo gaúcho, superando inclusive a inundação de 1941.

Diante desses fatos, vale a pena conhecer mais sobre os impactos climáticos e sobre o futuro da economia do Rio Grande do Sul. Continue a leitura e saiba mais!

A indústria antes das enchentes

Em um evento recente promovido pelo Centro Empresarial Flores da Cunha, Giovani Baggio, economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), apresentou um panorama sobre os impactos da catástrofe climática na indústria gaúcha e o futuro da economia do estado.

Conforme Baggio, o momento vivido antes das enchentes no estado apresentava uma situação envolvendo muitos problemas estruturais que prejudicam até hoje o crescimento da indústria no Brasil e, em especial, no Rio Grande do Sul, dos quais merecem destaque:

  • Baixa produtividade;
  • Insegurança jurídica;
  • Falta de trabalhadores qualificados;
  • Elevada incerteza macroeconômica;
  • Elevada carga tributária;
  • Burocracia excessiva;
  • Dificuldades na logística;
  • Taxas de juros elevadas.

Para se ter ideia, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de transformação do estado apresentou, em 2023, um resultado 10% inferior ao do ano de 2002.

Com relação a 2022, o PIB sofreu uma queda de 5,4% e no primeiro trimestre de 2024 uma nova retração quando comparado ao mesmo período do ano anterior.

Impactos climáticos na indústria gaúcha

Com relação aos impactos climáticos na indústria e economia do Rio Grande do Sul, mesmo diante da catástrofe e de acordo com dados do DEE/SPGG-RS, o primeiro semestre de 2024 apresentou os seguintes índices em termos de crescimento do PIB, quando comparado ao ano passado:

  • Agropecuária - crescimento de 37,6%;
  • Indústria Extrativista  - crescimento de 3,5%;
  • Indústria de Transformação - queda de 4%;
  • Serviços Industriais de Utilidade Pública - crescimento de 39,1%;
  • Construção - crescimento de 1,4%.

É importante lembrar que a produção industrial gaúcha despencou 26,2% em maio deste ano, quando comparada ao mês de abril, ou seja, a maior queda já apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela medição desse índice. No entanto, o mesmo indicador retornou ao patamar anterior, quando apresentou um crescimento de 35,5%, em junho.

A informação positiva é que de acordo com dados da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, a atividade econômica na primeira semana de outubro de 2024 apresentava a seguinte situação com relação ao segmento industrial:

  • 88% em normalidade;
  • 4% em nível médio;
  • 8% em nível baixo.

Notícias positivas para a economia do Rio Grande do Sul

Como se observa, a economia do Rio Grande do Sul vem se recuperando em quase todos os setores e a indústria ficou próxima do alcance dos mesmos resultados obtidos em 2023, no que se refere às vendas realizadas até o mês de setembro, ficando com um acumulado negativo de 1,6%.

Considerando a catástrofe de maio, a recuperação vem impressionando os analistas, uma vez que não se imaginava essa possibilidade.

O destaque positivo desses números ocorre nos seguintes segmentos da indústria:

  • Equipamentos de transporte;
  • Equipamentos de informática;
  • Papel e celulose;
  • Derivados do petróleo;
  • Tabaco;
  • Manutenção e reparação de máquinas;
  • Móveis.

Todos esses setores alcançaram índices de crescimento nas vendas anuais acumuladas que ultrapassam os 10%, portanto, números que demonstram a recuperação econômica do estado.

Dos 24 setores analisados pela Receita Estadual, apenas 2 deles ainda encontram dificuldades de crescimento (máquinas e equipamentos e, o setor farmoquímico/farmacêutico).

Os demais segmentos apresentaram melhoras significativas, onde 13 deles apresentaram saldo positivo nas vendas realizadas nesse período.

Qual será o futuro da economia do Rio Grande do Sul?

O futuro da economia do Rio Grande do Sul encontra gargalos que precisam ser trabalhados, de acordo com o economista Giovani Baggio.

Dentre eles, a educação apresenta uma queda de qualidade nas últimas décadas, um fator que precisa ser priorizado pelo governo.

Além disso, é fundamental a manutenção do equilíbrio fiscal, quando se torna imprescindível a diminuição da dívida pública e do déficit previdenciário.

É preciso ações que envolvam:

  • Melhora nos saldos migratórios em função do envelhecimento da população;
  • Atenção com o manejo da água (enchentes, secas e irrigação);
  • Modernização da política de desenvolvimento econômico.

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